Os dez mandamentos da criação de marcas emocionais

O Real Madrid anunciou recentemente a construção de uma ilha temática nos Emirados Árabes Unidos. No vídeo de apresentação do novo espaço, o posicionamento do clube é apresentado da seguinte forma: “When a emotional brand, creates an emotional space“. De facto, um investimento orçamentado em 750 milhões de euros, não pode ser algo feito de forma “emocional”, mas sim como resultado duma estratégia devidamente delineada em função dos valores da marca. Como curiosidade, verificamos ainda que no mesmo país já está sediado um outro parque temático, nomeadamente o de outra grande marca emocional: a Ferrari.
Pergunto: terão estes investimentos milionários retorno financeiro? E quanto à ligação emocional das pessoas com as marcas em causa? Será exponenciada? Na minha opinião, a resposta é, claramente, positiva. Estas marcas trabalham muitíssimo bem o seu público-alvo e, acima de tudo, querem proporcionar ao mesmo experiências que atendam às necessidades e satisfaçam os desejos deste. Tratam-se de marcas cujo objectivo é construir relações biunívocas, promovendo o diálogo, envolvendo ao máximo as pessoas (não os “consumidores”) que consumem os seus produtos e serviços.
Marc Gobé, presidente da Emotional Branding LLC, sugere-nos os seguintes 10 mandamentos para a criação de marcas emocionais:
1. De consumidores para pessoas – Clientes não podem ser tratados como alvos a serem atacados, é preciso construir relacionamentos com eles.
2. De produtos para experiências – Proporcionar experiências será vital, pois produtos atendem a necessidades e experiências satisfazem desejos.
3. De honestidade para confiança – Honestidade é obrigação. As marcas devem ir além, conquistando confiança, para gerar envolvimento e intimidade.
4. De qualidade para preferência – Para obter sucesso, não bastará ter qualidade reconhecida. Será preciso perseguir a preferência do público.
5. De notoriedade para aspirações – Ser conhecido não significa ser amado. Para ser desejada, a marca precisará reflectir as aspirações dos seus clientes.
6. De identidade para personalidade – Para se diferenciar, além de uma identidade clara, as marcas devem ter uma proposta, carácter e carisma.
7. De funcionalidade para sentimento – Mais do que ser funcionais, os produtos devem proporcionar experiências sensoriais através do design.
8. De ubiquidade para presença emocional – Alta visibilidade não é mais suficiente. As marcas devem buscar contactos emocionais com as pessoas.
9. De comunicação para diálogo – Mais do que discursar através da comunicação tradicional, as marcas precisam entrar na vida de seus clientes.
10. De atendimento para relacionamento – Atender bem é só uma tarefa de venda. Estabelecer relacionamentos é reconhecer a importância do cliente.

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