Em destaque no “Observador” | Atletas e redes sociais: “Não são para marcar território”
Facebook, Instagram ou Twitter. Dez atletas foram convidados pelo Comité Olímpico de Portugal para uma ação de formação sobre redes sociais. Para não ser “só competir, e pronto”.

David Rosa, que competiu na prova de cross-country nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, foi um dos presentes na ação de formação
NUNO VEIGA/LUSA
“Ouro, prata ou bronze, tanto faz, mas a medalha aparece. Isso ou a conquista de uma competição. A comunicação social não liga nenhuma ou chega atrasada, portanto, o atleta pega no computador e abre o Facebook. Toca a escrever e a partilhar a novidade da vitória com quem o segue. Os gostos na publicação são muitos e as mensagens de parabéns também. Haja reconhecimento. O atleta vê, gosta e sorri, mas ignora e não agradece. Não pode ser. E quem avisa não é amigo, mas é bom conselheiro: “Não é chegar lá, deixar uma mensagem e pronto. Como um cão que marca o território.”
A garantia é dita por Marcos Castro, sem uma ponta de dúvida, quando estava do outro lado da chamada com o Observador. E duvidar foi algo que também não lhe veio à cabeça enquanto, no dia anterior, discursava perante dez atletas. “Estamos a falar de uma coisa com dois sentidos. É assim que se constrói uma relação, dando feedback”, começou por resumir o especialista em Marketing Digital que, na quarta-feira, esteve na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP) a distribuir conselhos. “Os atletas não podem pensar que, quando conseguem um resultado, têm apenas de o divulgar e não ligar a elogios ou críticas”, prosseguiu.
Sensível não era, mas o tema “é importante”. Por isso Marcos, que hoje integra o Comité Europeu de Hóquei, foi falar com dez atletas olímpicos portugueses e dizer-lhes para “terem presença ativa nas redes” — que lhes serão “favoráveis” até quando deixarem de competir.
O especialista defendeu que a vida de um atleta “não pode ser só competir, e pronto”. Há que pensar em muitas outras coisas: os “valores” que se passam, a “ativação” da sua marca, os patrocinadores e, no fundo, na estratégia de comunicação. Porque, diz Marcos, um atleta “têm de ter consciência que cada vez mais a concorrência é maior” e uma “estratégia serve para ir contra alguém”. E, claro, dar nas vistas. Nas dos fãs, seguidores e amigos, sim. E já agora nas das “marcas, personalidades e dos patrocinadores”.
Porque os valores que os atletas “dão a conhecer” podem “coincidir com os das marcas”. E podem dar à luz uma parceria frutuosa. Marcos, mesmo sem recordar o nome, até foi buscar um estudo que chegou a estimar em 118 mil euros o valor de cada publicação na página de Facebook de Cristiano Ronaldo — que tem mais de 103 milhões de seguidores. Hoje as contas já perderam o rasto ao número de redes sociais que existem. Por isso contam antes as mais populares: há Facebook, Instagram e Twitter. E estar em cada uma delas é como ajustar a postura que uma cadeira diferente nos obriga a adotar.
A última, a rede que limita tudo a 140 carateres, “não tem uma posição massiva em Portugal”, admitiu Marcos, embora a defina como “importante para atletas que participem muito em provas internacionais”. David Rosa até é um desses casos. Em 2012 esteve em Londres, a representar Portugal nos Jogos Olímpicos a pedalar em cima de uma bicicleta de cross-country.
E na quarta-feira lá estava a ouvir os conselhos de Marcos Castro Mas Twitter é coisa à qual não liga. Para ele, só Facebook: tem uma páginaoficial com pouco mais de 16 mil seguidores. “Achava que não valia a pena ter um site”, confessou, mas, pelos vistos, estava enganado, pois de lá saiu com a certeza de que, afinal, “será uma mais valia”. Isso e outras coisas que ouviu e concordou.
Como a “coerência” entre “aquilo que uma atleta é nas redes e o que é na realidade”. Ou a genuinidade quando se associa a causas sociais. “Não pode ser por frete, tem de ser uma coisa da qual realmente gostamos”, resumiu ao Observador, antes de chegar à parte dos comentários. “Seja abonatório ou não, reajo sempre”, assegura, sublinhado que lhes foi dito para responderem “sempre e de forma personalizada”. Sobretudo às pessoas, conta, que escrevem o “assim e assado” do “gostei e dos parabéns”.
Conselhos destes, como ressalvou Marcos, já são “um bocadinho senso comum”. Mas outros há que não o sejam. E os 28 anos de David Rosa retiveram um deles. “Ter um slogan ou uma forma de festejar mais característica para as pessoas se identificarem”, revelou. A “tendência” de qualquer atleta, porém, seja ele especialista a pedalar, correr, velejar, saltar ou dar pontapés na bola, “devia ser a de contar histórias”. E Marcos Castro explicou porquê: “É o que traz as pessoas para o seu lado: as razões para praticarem a modalidade, como começaram, episódios da carreira, etc.”
O desporto “tem muitas histórias”, evidencia Marcos. Antes “só existia a comunicação social” para as contar e servir de “intermediário”, acrescenta. Hoje não. Os atletas “nem sempre precisam dela”. E, concluiu, se não forem eles a contarem o que lhes acontece em “viagens, sacrifícios ou vitórias”, talvez estas histórias nunca caiam no goto dos fãs. E será assim, a partilhar e desvendar, que conseguirão criar um território. E não só marcá-lo.”
Link para a notícia: http://observador.pt/2014/12/11/atletas-e-redes-sociais-nao-sao-para-marcar-territorio/
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