Bem-vindos à República das Bananas

A agência brasileira Lodduca levou a cabo uma ação genial de marketing contra o racismo. Tudo começou quando Daniel Alves comeu uma banana que lhe foi lançada por um adepto em pleno Villareral-Barça e, momentos depois, Neymar dispara um post no Instagram com o filho, acompanhado das respectivas hashtags da iniciativa (#somostodosmacacos #weareallmonkeys #somostodosmonos #totssommonos). O mundo juntou-se a esta campanha, e assistimos a celebridades de diversos quadrantes a apoiar a causa e a postar imagens com uma banana. Além disso, e num instante, acabaram por vir à luz do dia outros casos de racismo como o de Donald Sterling, dono da equipa dos Clippers, da NBA, que acabou por ser irradiado e sujeito ao pagamento de uma multa de 2,5 milhões de dólares.

É uma afirmação difícil de provar, mas talvez nunca em tão pouco tempo e com tanto alcance, se tenha conseguir discutir um tema de primordial importância na sociedade. E relativamente ao custo-benefício desta ação? Zero, ou muito perto disso. As boas ideias demoram a gerar, resultam de muito trabalho e foco, mas quando conseguimos humanizar a comunicação, torná-la genuína, autêntica e sincera para o nosso recetor, o sucesso mora logo na próxima porta.

Assente na imediatização e efeito de rede promovido pelos meios digitais, a ação conseguiu gerar uma forte identificação no seu público-alvo, promovendo comportamentos favoráveis aos seus objetivos, como a solidarização das massas por uma sociedade mais justa e equilibrada.

Desejo que surjam mais iniciativas do género que coloquem temas fraturantes da sociedade em debate. Talvez assim o mundo deixe de ser uma república das bananas.

Artigo escrito para o Doze Online

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